quarta-feira, 26 de maio de 2010

Não há morte


Não há tempo que faça de ti coisa morta. Não há morte que te leve de mim.
Sonho-te vida e faço de ti semente a germinar em mim.
Até onde o espaço de nós se fizer.

Em ti


Acabo muitas vezes por me perder aqui. No encontro das memórias que vivem em cada pedaço do que vejo. Julgo por vezes sentir-te a meu lado, ouvir a tua voz, sentir o teu cheiro. Por isso volto mesmo que me perca de vez. Em ti!

Entra


Entra. Nada receies.
A pouco e pouco saberás de mim. Com esse teu olhar manso despirás de mim o manto escuro que carrego. Serei só luz. Tal como tu!

O tempo


A vontade não pode mais que mil desejos.
Pode mais o tempo. A distância entre o sonho e o ser.
E é, ás vezes, tão longa!

Quando chega esvai-se e olha-se já passado num presente que se esgota sem darmos conta.
Apetecem momentos eternos e só nos fica memória.

Memória do que foi e do que está para vir.
E a espera é medonha. Para um tempo que é fugaz!

Nem desejo, nem vontade podem contra o tempo.

Invades-me


Invades-me sem que dê conta. Só o calor que começo a sentir numa preguiça que dispo devagarinho me dá sinal de ti. Luz e aconchego!

Liberdade


No meu país não há grades. A minha bandeira é feita de liberdade.
Do vermelho que lhe habita a capital. O meu coração ritmado.
Quem o habita jamais será prisioneiro.

Inteiro


Prolongas-te para lá de mim. E não o temo. Sei-te aqui.
Ainda que agora partas sei que voltarás.
Serás ainda mais. Aquilo que és além do que sou.
Inteiro.